O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (COREN-SP), vem a público manifestar profunda tristeza em relação aos atos de profissionais de enfermagem que resultaram no erro fatal e consequente morte da menina Stephanie dos Santos Teixeira, na madrugada deste sábado (04/12).
Os procedimentos que envolvem a abertura de processo ético dos profissionais envolvidos já foram iniciados pelo COREN-SP, para constatação de quantos e quais são os profissionais de enfermagem direta ou indiretamente envolvidos.
Embora seja obrigatória e urgente uma resposta do COREN-SP à sociedade no caso, ainda mais urgente é uma completa revisão no modelo de formação profissional de enfermagem hoje vigente, para que evitemos situações como a da menina Stephanie, e também a da menina Mariana, vítima de outro erro de profissional de enfermagem. Mortes totalmente evitáveis.
Infelizmente temos algumas escolas técnicas e faculdades de enfermagem que não têm compromisso com a profissão e, consequentemente, com a vida.
A indignação neste momento é plenamente justificável. Mas é necessário ir além. Atacar a fonte da questão. A cada ano, milhares de novos profissionais de enfermagem adentram o mercado de trabalho - infelizmente, nem todos aptos de fato a exercer a assistência ao paciente com segurança. É fundamental que a sociedade exija, e que o mercado selecione profissionais em que a excelência na formação seja inquestionável.
É importante ainda manifestarmos nosso reconhecimento e solidariedade aos profissionais de enfermagem que atuam com responsabilidade e competência, e que, mais uma vez, sentem-se tristes não apenas com a perda de vidas que teríamos a obrigação de preservar, mas também por, mais uma vez, verem a imagem da profissão ser exposta tão negativamente.
O COREN-SP, que entre 2008 a 2010, julgou mais de 900 casos envolvendo erro ou equívocos por profissionais de enfermagem no estado de São Paulo, irá dedicar aos casos das meninas Stephanie e Mariana total atenção, em respeito aos profissionais de enfermagem que primam pela segurança de seus pacientes, em respeito às famílias das vítimas e em respeito a toda a sociedade.
São Paulo, 6 de dezembro de 2010.
Cláudio Alves Porto
Presidente
Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo
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